Bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX
Neste post contarei um pouco da minha experiência com a bota La Sportiva – Trango Trek Micro Evo GTX, com a qual tive alguns problemas.
Saiba quais as impressões que tive sobre ela, logo nos primeiros trekkings e qual a minha atual opinião, 6 anos após a compra (atualização em 03/05/2020, no final deste post).
Especificações da Bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX
Segundo consta no site do fabricante, a bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX, possui as seguintes particularidades:
“Forma envolvente, exterior estruturado com máxima mobilidade do tornozelo. Ideal para trekkings difíceis e terrenos acidentados, graças a nova sola Impact Brake System®.
Adota a articulação multidireccional 3D Flex System que assegura o suporte do tornozelo e mobilidade em todas as direções. Graças as suas características e à nova sola. Este modelo é ideal para caminhar fora de trilhas, em terrenos acidentados, em trekkings exigentes e caminhadas com carga pesada. Disponível em uma versão feminina com base em estudos da morfologia do pé feminino.”
Minhas Primeiras Impressões
Comprei a minha bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX em uma conceituada loja outdoor de São Paulo, em agosto de 2014, a fim de fazer a Volta ao Gelo Continental Patagônico Sul, porém acabei não a usando nesta ocasião. Só vim a utilizar efetivamente a bota em fevereiro/2015, durante a Travessia Delfinópolis – Casca D’Anta, na Serra da Canastra.
Paguei aproximadamente R$ 1.000,00 pela bota, acreditando que o investimento seria vantajoso já que, segundo o vendedor, estaria adquirindo um excelente produto que duraria 15 anos.
Assim que adquiri a bota, fiz pequenas caminhadas pelas trilhinhas da minha cidade, tendo achado a bota muito boa. Apesar de um pouco quente para ser usada fora do ambiente de montanha, abraça bem o pé, proporcionando conforto, protege bem o tornozelo, evitando torções e possui uma excelente impermeabilização e tração.
Porém, assim que comecei a utilizá-la em caminhadas mais longas, a partir de fevereiro/2015, fiquei muito decepcionada, por dois motivos: desconforto e pouca durabilidade do produto.
A bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX causa muita dor nas sola dos meus pés, em caminhadas longas, devido a um solado extremamente duro.
Em curtas caminhadas isso não chega a ser um problema, porém em longas caminhadas as solas dos meus pés ficam muito doloridas. Um dia inteiro de caminhada leva-os a nocaute. Já cheguei até a tirar a bota no meio do caminho, em uma das pausas para alimentação, para massagear meus pés e assim tentar aliviar um pouco as dores.
Em todas as travessias que tenho feito, venho sofrendo com essa bota. Já tentei colocar uma palmilha de silicone, para deixar o solado mais confortável mas acabei foi com mais dor ainda. Certamente terei que trocá-la por uma bota mais confortável.
Quando iniciei no montanhismo utilizava uma Quechua Forclar 500 que, apesar de só ter me custado R$ 250,00, nunca me deu qualquer problema de descolamento.
Além disso era uma bota muito confortável, que protegia muito bem meu tornozelo e tinha uma impermeabilidade extraordinária.
O único mal dela era que não aguentava muito atrito. Com 2 anos de uso tive que comprar outra, a qual durou, também, outros 2 anos.
Na terceira troca de bota eu adquiri a La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX, por indicação de um amigo, que me informou que a bota durava muitos anos.
Outro problema que constatei na bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX é que, apesar de ser uma “LA SPORTIVA”, marca que nos remete a qualidade extrema, não aguenta tanto assim o tranco.
Tive problemas com a costura e descolamento do solado em muito pouco tempo de uso (cerca de 1 ano)
Logo na minha primeira travessia com a bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX, em janeiro de 2015, percebi que o solado começou a “desgrudar”. Mas, como aparentava ser apenas uma espécie de dilatação, não dei muita importância e fiquei apenas observando.
Porém, a cada travessia percebia o solado da minha bota se descolando ainda mais, até o fatídico dia em que a biqueira da bota se descolou completamente, após a Travessia da Juatinga, em março de 2016.
Levei a bota à loja que comprei a fim de solucionar o problema e lá me informaram que não havia mais assistência técnica da La Sportiva no Brasil, que apenas vulcanização resolveria o problema e pediram para eu procurar o Hospital do Tênis, localizado a R. Fradique Coutinho, 264, Pinheiros, São Paulo-SP, a fim de realizar o procedimento.
Com a ajuda do amigo Ramon Quevedo, em junho do corrente ano, levei a bota para vulcanizar e tive o problema resolvido. Paguei 60,00 pela vulcanização mais cerca de R$ 80,00 relativos aos custos com os correios
A vulcanização ficou muito boa, mas após 2 trilhas, já surgiram os primeiros sinais de descolamento. Vamos ver quanto tempo vai durar.
Fiquei muito descontente com essa bota. Paguei um valor tão alto, acreditando que estava adquirindo um produto de extrema qualidade e conforto, que não precisaria trocar de bota por anos e anos e em poucas utilizações a bota já se deteriorou desse jeito e detonou meu pé.
Apesar de ser uma bota que protege bem o seu pé , seu tornozelo, ter boa absorção dos impactos, boa impermeabilidade e tração, não recomendo essa bota por ser muito desconfortável e muito cara pela pouca durabilidade do material.
Minha Opinião Após 5 Anos de Uso (Atualização do Post em 03/05/2020)
Após 5 anos de utilização da bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX posso afirmar que ela continua intacta, apesar dos problemas iniciais.
Ocorreram novos descolamentos, porém mínimos: apenas nas bordas da borracha preta do acabamento da biqueira. Quando descolam eu colo com Superbonder mesmo, e resolve o problema. Mas tempos depois, descola em outra parte.
É possível verificar, também, que a sola parece, novamente, querer descolar. Mas já faz algum tempo que está assim, sem piora. Vou acompanhar para ver o que acontece. Se descolar, volto aqui e conto para vocês.
As costuras continuaram arrebentando por um tempo, depois pararam. Até hoje isso não me causou problemas.
Quanto ao acolchoado de dentro (parte vermelha), a bota só tem um pequeno furo que foi feito pelo pessoal do Hospital do Tênis, quando eles vulcanizaram minha bota. E esse rasgo até hoje não abriu, continua do mesmo tamanho. O resto do acolchoado está intacto. Ou seja, o tecido rip stop é muito bom.
Relativamente à dureza da bota, continua igual, mas ela não me incomoda mais como antes. Parece que os pés se adaptam a ela depois de um certo tempo. De qualquer forma, se eu fico muitos meses sem colocá-la nos pés, o desconforto volta, como efetivamente voltou, quando retornei à trilha depois de alguns meses parada.
Conclusão: Se você quer uma bota confortável, essa bota certamente não é para você; Agora se você quer uma bota que dure, e que proteja bem seu pé, eu recomendo. Apesar dos problemas que relatei, a minha já dura 5 anos.
No geral a bota está inteira e não está entrando água, então, até agora está valendo o preço pago de R$ 1.000,00, pois se eu tivesse continuado com a Quechua eu a teria trocado umas 3 vezes, até hoje, no mínimo, já que ela não aguentava tanto o tranco (fraca à atrito). Acabaria saindo, no total, quase o mesmo preço da La Sportiva, se formos pensar que a Quechua aumentou de preço durante o passar dos anos (no site da Decatlon, hoje, a similar da Forclaz 500 está saindo por 500,00)
Quando comprei a bota La Sportiva Trango Trek Micro Evo GTX, o vendedor disse que era uma bota para durar 15 anos. Vamos ver se ela aguenta tudo isso mesmo, apesar dos problemas que vem tendo, ou se era só papo de vendedor, para vender uma bota caríssima.
Abaixo algumas fotos tiradas na data desta atualização:
